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Transtorno de Personalidade

  • Foto do escritor: Dr. Edgar H. Neto
    Dr. Edgar H. Neto
  • 29 de jun. de 2023
  • 5 min de leitura

Quando o modo de pensar, perceber, reagir e de se relacionar são disfuncionais.

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Os transtornos de personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa e/ou prejudicam sua capacidade funcional.

Necessidades emocionais na infância e na adolescência nem sempre são tão bem atendidas pelos cuidadores, fazendo surgir, dessa forma, os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs), padrões emocionais e cognitivos responsáveis por processos de funcionamento da personalidade, definidos como crenças e sentimentos tomados como verdades sobre si e sobre o mundo. Os esquemas também são chamados de traços de personalidade desadaptativos ou mal adaptados.


Todas as pessoas possuem traços de personalidade mal adaptados e, em certo sentido, não funcionam 100%. Mas, quando os traços/esquemas atingem padrões de diagnósticos acima do tolerável, aparecem os Transtorno de Personalidade, transtornos da mente que prejudicam o funcionamento pessoal tornando o mesmo disfuncional, quer no transtorno Narcisista, Borderline ou em outro.


Os transtornos de personalidade


Os transtornos de personalidade são condições caracterizadas por padrões persistentes e inflexíveis de pensamentos, emoções e comportamentos que se desviam das expectativas culturais e causam sofrimento significativo e prejuízo no funcionamento pessoal e social. Esses padrões de personalidade são estáveis ao longo do tempo e geralmente surgem na adolescência ou no início da idade adulta.


Existem vários tipos de transtornos de personalidade reconhecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que é um manual amplamente utilizado pelos profissionais de saúde mental para classificar e diagnosticar transtornos psiquiátricos. Alguns dos transtornos de personalidade mais comuns incluem:


Transtorno de Personalidade Borderline: Caracterizado por instabilidade emocional, relações interpessoais intensas e caóticas, impulsividade e uma instabilidade geral na autopercepção.


Transtorno de Personalidade Antissocial: Caracterizado por um padrão de desprezo pelas normas sociais, comportamento impulsivo, falta de empatia e tendência a violar os direitos dos outros.


Transtorno de Personalidade Narcisista: Caracterizado por uma necessidade excessiva de admiração, senso grandioso de autoimportância, falta de empatia e tendência a buscar constante atenção e reconhecimento.


Transtorno de Personalidade Esquizoide: Caracterizado por uma falta de interesse ou desejo de estabelecer relações sociais, preferindo atividades solitárias, pouca expressão emocional e tendência a se retirar para a fantasia e o mundo interno.


Transtorno de Personalidade Esquiva: Caracterizado por um medo intenso de críticas, rejeição e humilhação, evitando situações sociais, inibição e sentimentos crônicos de inadequação.


Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva: Caracterizado por um padrão de perfeccionismo, rigidez, preocupação excessiva com organização e controle, e uma tendência a ser excessivamente detalhista e inflexível.


As causas dos transtornos de personalidade


As causas dos transtornos de personalidade são multifatoriais e complexas. Acredita-se que essas condições resultem da interação de diversos fatores, incluindo fatores genéticos, biológicos e ambientais. Embora a pesquisa ainda esteja em andamento e não exista uma causa única ou definitiva para os transtornos de personalidade, aqui estão alguns dos principais fatores que podem contribuir para o desenvolvimento dessas condições:


Fatores genéticos: Existe evidência de que os transtornos de personalidade podem ter uma base genética. Estudos com gêmeos sugerem que a hereditariedade desempenha um papel na predisposição para esses transtornos. No entanto, a genética não é o único fator determinante e interage com outros fatores para influenciar o desenvolvimento dos transtornos de personalidade.


Fatores biológicos: Alguns estudos indicam que diferenças neuroquímicas e anormalidades na estrutura e função cerebral podem estar associadas aos transtornos de personalidade. Por exemplo, certos transtornos de personalidade, como o transtorno de personalidade antissocial, têm sido associados a uma redução na resposta do cérebro ao medo e a alterações nos neurotransmissores.


Fatores ambientais: Experiências traumáticas, abuso físico, sexual ou emocional na infância, negligência, instabilidade familiar e exposição a ambientes disfuncionais podem aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos de personalidade. A falta de suporte social adequado, relacionamentos interpessoais negativos e altos níveis de estresse também podem desempenhar um papel no desenvolvimento desses transtornos.


Fatores de desenvolvimento: Alguns transtornos de personalidade podem estar relacionados a dificuldades no desenvolvimento emocional e social durante a infância e adolescência. Por exemplo, a falta de aquisição de habilidades de regulação emocional, dificuldades na formação de relacionamentos saudáveis e experiências negativas de socialização podem contribuir para o desenvolvimento de certos transtornos de personalidade.


Fatores psicossociais: Fatores psicossociais, como estigma, discriminação, pobreza, desemprego e desigualdade social, também podem desempenhar um papel no desenvolvimento de transtornos de personalidade. Esses fatores podem aumentar o estresse e a vulnerabilidade psicológica, contribuindo para o surgimento dessas condições.


É importante ressaltar que cada transtorno de personalidade tem suas características e fatores de risco específicos, e a interação entre os fatores mencionados acima pode variar para cada indivíduo.

Tempo de desenvolvimento do transtorno de personalidade


O desenvolvimento de um transtorno de personalidade não segue um cronograma fixo e pode variar amplamente de pessoa para pessoa. Em geral, os transtornos de personalidade se manifestam na adolescência ou no início da idade adulta e tendem a ser duradouros, persistindo ao longo da vida de uma pessoa.


No entanto, é importante notar que os transtornos de personalidade são caracterizados por padrões persistentes e inflexíveis de pensamentos, emoções e comportamentos. Esses padrões se desenvolvem ao longo do tempo e são influenciados por uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. O processo exato de desenvolvimento pode ser complexo e envolve interações complexas entre esses fatores.


As experiências e eventos da vida de uma pessoa, como traumas, abusos, instabilidade familiar ou outras adversidades, podem desempenhar um papel importante na formação e no desenvolvimento dos transtornos de personalidade. No entanto, nem todas as pessoas que enfrentam essas circunstâncias desenvolvem um transtorno de personalidade.

O transtorno de personalidade e a cura


Os transtornos de personalidade são condições complexas e persistentes, e não há uma cura específica para eles. No entanto, o tratamento adequado pode ajudar as pessoas a gerenciar e reduzir os sintomas, melhorar a qualidade de vida e alcançar um funcionamento psicossocial mais saudável.


Tratamento para o transtorno de personalidade


É importante destacar que o tratamento dos transtornos de personalidade pode ser um processo longo e desafiador. A motivação do indivíduo para o tratamento, a adesão ao plano terapêutico e o suporte adequado são fatores importantes para alcançar resultados positivos.

O tratamento para transtorno de personalidade geralmente envolve abordagens psicoterapêuticas, já que não existe uma cura medicamentosa específica para esses transtornos. A psicoterapia é uma forma de tratamento que visa ajudar a pessoa a compreender e lidar com os padrões de pensamento, comportamento e emoções disfuncionais associados ao transtorno de personalidade.


O Transtorno de Personalidade e a Terapia do Esquema estão relacionados, e a Terapia do Esquema é uma abordagem terapêutica específica que pode ser útil no tratamento de transtornos de personalidade.


A Terapia do Esquema foi desenvolvida por Jeffrey E. Young e é fundamentada na teoria dos esquemas cognitivos. A teoria dos esquemas postula que todos nós desenvolvemos padrões de pensamento e crenças centrais sobre nós mesmos, os outros e o mundo ao nosso redor. Esses padrões são chamados de esquemas e são formados a partir de nossas experiências de vida, especialmente na infância.


Em pessoas com transtornos de personalidade, os esquemas podem ser disfuncionais e levar a padrões de pensamento, comportamento e relacionamento problemáticos. A Terapia do Esquema tem como objetivo identificar e modificar esses esquemas disfuncionais, promovendo a mudança e o crescimento pessoal.

A Terapia do Esquema envolve várias técnicas e estratégias terapêuticas, como:


Identificação dos esquemas disfuncionais: O terapeuta ajuda o paciente a identificar e compreender os esquemas disfuncionais que estão subjacentes aos seus problemas.


Exploração das origens dos esquemas: A terapia busca compreender as experiências passadas do paciente que deram origem aos esquemas disfuncionais, muitas vezes focando na infância e nas relações familiares.


Modificação dos esquemas: O objetivo é ajudar o paciente a modificar os esquemas disfuncionais por meio do desenvolvimento de estratégias cognitivas, emocionais e comportamentais saudáveis.


Técnicas de resolução de problemas: A terapia também se concentra em ajudar o paciente a desenvolver habilidades de enfrentamento e resolução de problemas para lidar com os desafios da vida diária.


A Terapia do Esquema pode ser realizada em sessões individuais ou em grupo. É uma abordagem de longo prazo, pois os padrões disfuncionais de pensamento e comportamento são profundamente enraizados e requerem tempo e esforço para serem modificados.


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Dr. Edgar H. Neto é Psicólogo Clínico e Neuropsicólogo.

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