Agorafobia
- Dr. Edgar H. Neto
- 20 de jun. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de jun. de 2023
Medo intenso de espaços abertos ou públicos

Agorafobia: agora o que? É isso mesmo! É no dia a dia que no "agora" o "o que" se manifesta e aparece para atormentar a pessoa ansiosa. Sim! Você já passou por um medo intenso de situações específicas ou lugares onde temeu ter um ataque de pânico ou ficar preso?
Esse tipo de câncer emocional (permita-me a metáfora) tem mantido muitas pessoas presas em casa; pessoas acuadas, com muito medo de viver. E, em muitos casos, só saem de casa para fazer algo em uma duração cronológica muito curta quando acompanhadas por alguém que lhes possam assegurar, ou ao menos tentar garantir, que, na pior das hipóteses, estarão ali para que a solidão e o medo não as massacrem em público.
Vou te falar um pouco sobre Agorafobia. Fique comigo. Talvez o que eu tenha a te dizer possa te ajudar ou ajudar alguém que você conheça.
O significado da palavra
A palavra "agorafobia" tem origem no grego antigo. É composta por dois termos: "ágora" e "fobia".
(1) "Ágora" (ἀγορά) refere-se a uma praça pública ou espaço aberto usado para reuniões, comércio e atividades sociais na Grécia Antiga. Era um local de encontro e interação social.
(2) "Fobia" (φοβία) significa medo intenso e irracional. O termo deriva do verbo grego "phóbos" (φόβος), que significa "medo" ou "terror".
Portanto, a combinação dos termos "ágora" e "fobia" resulta em "agorafobia", que pode ser entendida literalmente como "medo intenso de espaços abertos ou públicos". No entanto, a agorafobia moderna é mais ampla e inclui o medo de situações em que a pessoa pode se sentir presa ou incapaz de obter ajuda em caso de uma crise de ansiedade ou pânico.
Uma boa definição
A agorafobia é um Transtorno de Ansiedade caracterizado por um medo intenso e persistente de estar em situações ou lugares onde escapar ou obter ajuda pode ser difícil em caso de um ataque de pânico ou de ansiedade.
As pessoas com agorafobia geralmente evitam certos locais ou situações que podem desencadear ansiedade, como espaços abertos, multidões, transporte público, filas, pontes ou elevadores.
Essa condição pode levar a restrições significativas na vida diária, pois as pessoas com agorafobia podem evitar sair de casa, ir a lugares públicos ou participar de atividades sociais.
O medo e a ansiedade associados à agorafobia são geralmente desproporcionais ao perigo real da situação e podem ser incapacitantes.
A agorafobia muitas vezes está relacionada a ataques de pânico, e algumas pessoas desenvolvem agorafobia após experimentarem um ataque de pânico em determinada situação. É importante procurar tratamento adequado para a agorafobia, que pode incluir Terapia Cognitivo Comportamental, medicamentos e técnicas de relaxamento. O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa a enfrentar e superar o medo e a ansiedade, permitindo uma vida mais funcional e satisfatória.
Os sintomas da Agorafobia
Os sintomas da agorafobia podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem um medo intenso de situações específicas ou lugares onde a pessoa teme ter um ataque de pânico ou ficar presa. Alguns dos sintomas mais comuns da agorafobia incluem:
Ansiedade extrema: Sentir uma ansiedade intensa e persistente ao pensar em ou estar em situações temidas, como sair de casa, estar em espaços públicos, usar transporte público, entre outros.
Medo de perder o controle: Ter medo de ficar envergonhado, perder o controle ou de se sentir preso em uma situação desconfortável.
Evitação de lugares ou situações: Evitar conscientemente certos lugares, como shoppings, cinemas, estádios ou outros locais públicos lotados, devido ao medo de não ser capaz de escapar ou obter ajuda em caso de ansiedade ou pânico.
Dependência de um acompanhante: Sentir-se dependente de outra pessoa, geralmente um membro da família ou amigo próximo, para se sentir seguro ao sair de casa ou ir a lugares temidos.
Ataques de pânico: Experimentar ataques de pânico inesperados e recorrentes, que são episódios de medo ou ansiedade intensa, acompanhados de sintomas físicos, como palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, tontura ou desconforto no peito.
Sintomas físicos: Apresentar sintomas físicos, como aceleração do ritmo cardíaco, sudorese, tremores, falta de ar, náuseas, desconforto abdominal ou dores no peito, em situações agorafóbicas ou antecipando essas situações.
Restrição das atividades diárias: Sentir dificuldades em participar de atividades sociais, ir ao trabalho, fazer compras ou cumprir responsabilidades fora de casa devido ao medo e à ansiedade relacionados à agorafobia.
Psicoterapia: Tratamento
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é amplamente utilizada no tratamento da agorafobia e tem se mostrado eficaz na redução dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida das pessoas afetadas. A TCC para agorafobia geralmente envolve os seguintes elementos:
Educação e Psicoeducação, Exposição Gradual, Reestruturação Cognitiva, Técnicas de relaxamento, Estratégias de enfrentamento, etc.
A TCC é um processo gradual e colaborativo, no qual o terapeuta trabalha em conjunto com a pessoa para estabelecer metas terapêuticas e desenvolver estratégias específicas para enfrentar a agorafobia. O tratamento pode ser adaptado às necessidades individuais de cada pessoa e geralmente é realizado em sessões semanais ou quinzenais. É importante ressaltar que a consistência e a prática das técnicas aprendidas durante a terapia são fundamentais para obter os melhores resultados.
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Dr. Edgar H. Neto é Psicólogo Clínico e Neuropsicólogo.
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